O Ministério Público
de Santa Catarina (MPSC) informa que foi suspensa a entrevista
coletiva que seria realizada pelo Grupo de Atuação Especial de
Combate às Organizações Criminosas (GAECO) de Itajaí nesta
quarta-feira (24/9) sobre a Operação Trato feito.
A suspensão ocorre em
virtude da continuidade das investigações e de não ter havido
ainda o levantamento do sigilo legal, impossibilitando a
divulgação de mais detalhes do procedimento investigatório.
Oportunamente, nova entrevista coletiva será marcada.
O Promotor de Justiça
e Coordenador do GAECO/Itajaí Jean Michel Forest informa que os
esforços se concentram, agora, na oitiva das pessoas relacionadas no
inquérito e na análise e perícia dos documentos, mídias
eletrônicas e aparelhos celulares apreendidos, além da coleta de
novas provas.
Oito dos investigados
permanecem presos preventivamente no Presídio da Canhanduba. Jean
Michel Forest esclarece que a manutenção das prisões se deve à
necessidade de garantir a efetiva coleta de provas e evitar a
interferência nas investigações, não significando a confirmação
antecipada da culpa de qualquer investigado.
O Promotor de Justiça
informa, ainda, que o Ministério Público não divulgou e nem
divulgará qualquer nome, documento ou gravação de interceptação
telefônica relacionada ao procedimento investigatório, uma vez que
este se encontra sob sigilo determinado pela Justiça, e que a
divulgação de tais informações é de inteira responsabilidade de
quem o fizer.
A Operação Trato Feito
A Operação Trato
Feito foi deflagrada pelo GAECO/Itajaí no dia 15 de setembro, com a
prisão temporária ou preventiva de 14 pessoas e o cumprimento de 20
mandados de busca e apreensão.
A operação investiga
fraudes em obras realizadas na cidade de Balneário Camboriú e a
ocorrência crimes de corrupção passiva e ativa, advocacia
administrativa, peculato, tráfico de influência, fraudes em
licitações, associação criminosa, dentre outros delitos.
O Ministério Público
identificou a ocorrência desses crimes em obras como o elevado da 4ª
Avenida, a passarela da Barra e pavimentações de ruas, todas obras
realizadas na cidade de Balneário Camboriú.
Também foram
identificados crimes relacionados a facilidades concedidas no
licenciamento a empresas de construção civil, com envolvimento de
empresários e servidores públicos, bem como mudanças na legislação
que beneficiaram obras no setor privado de empresas de construção
civil.
Durante todo o
procedimento já foram investigados mais de 35 funcionários públicos
e empresários, além de oito empresas, todos envolvidos, em tese,
nos crimes investigados.